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José Maria dos Reis Perdigão
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Nome
José Maria dos Reis Perdigão
Descrição
José Maria dos Reis Perdigão nasceu em São Luís no dia 19 de abril de 1900, filho de Domingos de Castro e sua esposa D. Ignez Monteprussiano Perdigão. Estudou no Colégio Almir Nina e no Liceu Maranhense. Formou-se em ciências jurídicas e sociais pela Universidade do Rio de Janeiro, em 1923.
Foi governador do Maranhão, de 27 de novembro de 1930 a 9 de janeiro de 1931, foi membro da Academia Maranhense de Letras e ocupou a cadeira 6.
Foi crítico de teatro no Rio de Janeiro, trabalhando no jornal A Nação até engajar-se na Revolta de 5 de Julho de 1924, contra o governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926), irrompida em Sergipe, no Amazonas e em São Paulo, e dominada com rapidez nos dois primeiros estados. Em São Paulo, os rebeldes comandados por Isidoro Dias Lopes ocuparam a capital por três semanas, deslocando-se então para o interior. Em abril de 1925, no oeste do Paraná, este grupo fez junção com o contingente revolucionário que sublevara, em outubro do ano anterior, unidades militares no Rio Grande do Sul, constituindo dessa forma a Coluna Prestes. Reis Perdigão fundou o jornal O Libertador, porta-voz dos revolucionários, que circulou em seis edições. Liderada por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, a coluna percorreu o interior do país através de 13 estados, dando combate às tropas legalistas até internar-se em fevereiro de 1927 na Bolívia e em março no Paraguai.
Em decorrência de sua participação na coluna, Reis Perdigão exilou-se durante dois anos no Paraguai e em Buenos Aires, onde dedicou-se ao jornalismo. Na capital argentina, publicou em 1926, sob o pseudônimo de João da Talma, o livro "Da fornalha de Nabucodonosor", no qual narrou a experiência da Coluna Prestes.
De volta ao Brasil, mas perseguido pela polícia do Distrito Federal, trabalhou na Folha da Noite e na Folha da Manhã, em São Paulo, e na Praça de Santos, em Santos (SP), órgão partidário da Aliança Liberal, do qual seria redator-chefe. Fez parte da Aliança Liberal, criada em 1929 e constituída pelos partidos republicanos mineiro e gaúcho e por dissidências políticas, como o Partido Democrático de São Paulo e a oligarquia da Paraíba. Esse movimento lançou a candidatura de Getúlio Vargas ao governo federal para as eleições de março de 1930.
Após fazer contatos com líderes revolucionários em Porto Alegre, em agosto de 1930 viajou a Belém, levando instruções para o levante armado que estava na iminência de acontecer. Preso, foi logo posto em liberdade, prosseguindo em suas atividades revolucionárias. Foi um dos principais articuladores da Revolução de 1930 no Maranhão e no Piauí. Deflagrado o movimento em São Luís no dia 7, três dias após o seu início no Sul do país, assumiu a chefia civil da insurreição e integrou-se no 24º Batalhão de Caçadores, comissionado no posto de capitão. De outubro a novembro de 1930 foi membro da junta governativa do Maranhão — integrada também por Celso Freitas e José Ribamar Campos —, que substituiu o governador deposto José Pires Sexto. Secretário-geral na interventoria do major José Luso Torres (1930), assumiu o cargo de interventor do Maranhão com a demissão deste último, aí permanecendo até a posse do novo interventor, padre Astolfo de Barros Serra, em janeiro de 1931.
Foi o principal organizador do Partido Socialista Radical do Maranhão, também chamado Partido Socialista Radical dos Trabalhadores do Brasil, fundado em dezembro de 1932 a partir de uma dissidência do Partido Socialista Brasileiro (PSB), criado no mês anterior. O manifesto com o programa do partido foi divulgado em São Luís ainda em dezembro, contendo a assinatura de Reis Perdigão, entre outros fundadores. Mais tarde retornou ao PSB, integrando sua direção em 1935, ano em que o partido aderiu à Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento nacionalista criado em março de 1935, visando o combate ao imperialismo e ao fascismo. Posta na ilegalidade em julho do mesmo ano, a organização seria desbaratada após a tentativa de insurreição dirigida em seu nome pelo Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB).
Como jornalista, Reis Perdigão foi diretor do Diário da Tarde, secretário do jornal carioca A Nação e do jornal paulista Folha da Manhã. Foi também membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Publicou Estrela da esperança (poesia), A Revolução de 30 no Maranhão (folheto).
FONTES: CONSULT. MAGALHÃES, B.; Estado de S. Paulo (3/8/86); Jornal do Brasil (10/1/78); MEIRELES, M. História; Personalidades; POPPINO, R. Federal; SILVA, H. 1926; SILVA, H. 1930; SILVA, H. 1935.
Em 1942, José Maria visita o Couto do Mosteiro com a esposa e o filho. Nesta viagem escreve uma carta à sua mãe (na coleção Cartas de Família) , a contar sobre estas impressões do passado revisitado, dos lugares e das pessoas. Desta viagem temos o Álbum Couto do Mosteiro - 1942 - Portugal, na coleção Fotografias.
Em 1958, Reis Perdigão foi Cônsul do Brasil no Funchal, Ilha da Madeira. Graças ao Arquivo e Biblioteca da Madeira temos o registro fotográfico da recepção de José Maria dos Reis Perdigão a Gilberto Freyre (Atelier Vicente) na altura da visita do ilustre sociólogo (contemporâneo de Reis Perdigão) a algumas localidades da ilha e ao convívio no Hotel Reid´s.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 2 de agosto de 1986.
Apresentação
Fotografia
Categoria
Identidade
Período
1900 , 19 Abril a 1986, 2 Novembro
Local
São Luís do Maranhão, MA, Brasil
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